O mesmo “caffe”. Com fotos espalhadas pelas paredes de madeira mostrando as intensas nevascas que Santiago sofrera há muitos anos atrás. Sentei-me em uma das mesas próxima á janela e esperei.
Alguns minutos depois ela entrou, como sempre com um livro nas mãos, o cabelo mais cumprido e um pouco mais escuro.
Ela se aproximava e eu ficava cada vez mais nervoso, tenso, sem saber o que fazer.
Eu precisava reagir, dizer alguma coisa que não fizesse eu parecer um tolo. Tinha que sair daquele total estado de inércia antes que ela percebesse. Meus pensamentos fluíam rápidos, mas eu não conseguia transformá-los em ação. Minha audição havia ganhado uma sensibilidade incrível. Tudo ao meu redor parecia estar em câmera lenta. Eu sabia que precisava levantar e cumprimentá-la, mas meu corpo não obedecia.
O lugar estava relativamente cheio. As pessoas pareciam interessadas em continuar com suas conversas, alguns com a leitura do jornal, outros com o noticiário na TV, mas eu olhava de um lado para o outro preocupado se alguém havia percebido meu descontrole.
De repente usando uma força absurdamente imensa eu me levanto e tudo á minha volta parece voltar ao normal.
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